A esquerda brasileira tem sido cobrada pela dificuldade de diálogo com a sociedade por meio das redes sociais diante das eleições de 2022. A presença on-line da esquerda no Brasil hoje é motivo de preocupação não só da militância, mas também de lideranças do campo progressista.
No governo, a esquerda política no Brasil fez pouco pela ampliação da presença digital e interlocução com a sociedade através dos canais on-line, pecando especialmente na comunicação virtual sobre a pauta de costumes, assuntos que não mais poderão ser negligenciados por lideranças ou profissionais de comunicação diante de eleitores conectados.
Comparando as maiores lideranças de esquerda e extrema-direita
Esquerda progressista, esquerda revolucionária, esquerda marxista, esquerda radical, esquerda identitária e esquerda universitária são algumas das subclassificações do campo progressista na política brasileira. Todas elas têm em comum a dificuldade de interação virtual e on-line com uma sociedade tradicionalista e conservadora.
O poder inferior de engajamento das lideranças progressistas diante das conservadoras tem sido notado por figuras de esquerda, mas ainda permanece como uma incógnita para as eleições de 2022.
O principal candidato à Presidência do campo progressista, em seu perfil no twitter, apresenta números inferiores ao principal adversário, são 2,8 milhões de seguidores para Lula e 7 milhões para Jair Bolsonaro em uma rede com alto potencial viral e capacidade de pautar o debate público.
Esquerda precisa furar a bolha no debate de costumes
Promover diálogo on-line sobre conteúdos que envolvam costumes, entender a dinâmica on-line de cada uma das redes sociais e planejar ações para além dos guetos ideológicos será uma tarefa difícil, mas necessária para quem pretende encarar de frente o adversário no ringue virtual ou digital. Em estados como Minas e Goiás, é possível constatar que lideranças de esquerda já não furam a bolha de seus nichos eleitorais há muito tempo.
Virtualmente se ocupam, muitas das vezes, em divulgar os conteúdos on-line através de portais parceiros que falam para públicos já convencidos. Essas ações on-line em redes de parceiros não são suficientes para o universo digital do Brasil.
Já presenciei, inclusive, um deputado estadual de esquerda dizendo no spaces do twitter, espaço dedicado ao diálogo, que havia sim grandes dificuldades em comunicar on-line com a sociedade e ampliar a capacidade de a esquerda ser ouvida na internet.
Ele atribuiu a baixa capacidade aos altos índices de aprovação do governador Romeu Zema, onde faz oposição. Zema talvez saiba investir onde as lideranças de esquerda não souberam: em comunicação estratégica. Ademais, Zema tem aceitação popular comprovada em pesquisas.
A presença on-line tem de ser ampliada e adaptada para todas as plataformas: facebook, twitter, youtube, instagram, whatsapp, telegram e google. Mais do que estar lá, é preciso criar ambientes de interação e que promovam confiança entre político e audiência.
O fato de ser eleito para a Câmara ou o Senado Federal já não garante que sempre haverá ouvidos dispostos a escutá-lo, ao contrário, passada a eleição, será preciso ainda mais estratégia on-line e digital para que a esquerda possa dizer que sim, a presença on-line no Brasil do campo progressista é próxima ou equivalente à das lideranças conservadoras.
Reeleição pode vir com aplicação de estratégia on-line
Conhece uma liderança progressista eleita com votação expressiva, mas que não tem reputação ou presença digital? É preciso descobrir por quê.
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