O Congresso Compolítica chegou a sua oitava edição firmando-se como um dos principais eventos científicos que discutem métodos e resultados de pesquisa sobre o tema comunicação política no Brasil.
O evento bienal reúne pesquisadores, nacionais e internacionais, dos cursos vinculados à Ciência Política, Comunicação, Psicologia, Administração, Filosofia, Antropologia, Direito, entre outros para reforçar a importância da produção de pesquisas que relacionem a política e o espaço midiático, bem como os efeitos da mídia na opinião pública, no desenvolvimento de regimes democráticos, nos processos eleitorais e na promoção dos debates sobre questões comuns da sociedade.
Segundo os organizadores, o principal objetivo da Compolítica é institucionalizar a especialidade por meio de congressos bienais de pesquisadores nacionais e estrangeiros e projetos de cooperação entre grupos de pesquisa. A ideia é promover a interlocução entre os pesquisadores das mais diferentes orientações e fortalecer a divulgação de conhecimentos teórico-metodológicos e empíricos da área de Comunicação e Política.
Este ano, o Congresso foi realizado de 15 a 17 de maio de 2019 na Universidade de Brasília.
Tendo como tema “Política e Comunicação Pós-Eleições no Brasil” o debate gerou em torno dos impactos do novo contexto político e o papel de novos e velhos atores nos rumos da democracia brasileira, as novas agendas de pesquisa na área de Comunicação e Política, entre outros temas.
Pesquisa da escola Presença Online sobre o perfil do eleitor conectado é debatido
No ano de 2018, as campanhas políticas brasileiras trilharam um caminho inédito na execução das ações de comunicação eleitoral: pela primeira vez, a legislação permitiu o patrocínio de anúncios sobre um candidato em mídia social.
Até então proibida, a propaganda paga na internet foi flexibilizada com a edição da Lei nº 13.488/2017, que alterou o art. 57-C da Lei das Eleições, permitindo a contratação de impulsionamento de conteúdos financiado pelos partidos políticos, coligações, candidatos e seus representantes3, ampliando sua visibilidade por parte dos usuários da rede.
Em um país como o Brasil, onde a internet é utilizada em 69% dos domicílios particulares com 98% por conexão banda larga, além de 97% deles fazerem uso de telefonia móvel para acesso de dados, compreende-se o interesse por parte de políticos e estrategistas de comunicação eleitoral nesse ecossistema, assim como suas buscas para conhecer esse eleitor conectado, presente nas redes sociais como o Facebook, que em 2018 chegou a 127 milhões de usuários ativos no país.
Esses são os principais argumentos de Maíra Moraes Vitorino, pesquisadora da Universidade de Brasília e sócia da escola de marketing político Presença Online, ao submeter o artigo O eleitor conectado: Perfil e consumo de conteúdo nas eleições 2018 , aprovado pelo Comitê Científico do congresso em 2019.
Segundo Maíra, como pesquisadora há o interesse em compreender os movimentos sócio-culturais da sociedade brasileira, mas há também a busca na Presença Online para, além de compartilharmos conhecimentos, de mostrar que o que produzimos tem caráter de ciência, que temos essa preocupação e que investimos tempo e dinheiro na área de desenvolvimento e pesquisa.
Sobre a pesquisa O que o Eleitor Conectado quer
Realizada a cada dois anos, a pesquisa O QUE O ELEITOR CONECTADO QUER da Presença Online, teve sua primeira versão nas eleições de 2014. Desde então, a cada período eleitoral, a escola de marketing digital busca compreender a formação discursiva e simbólica dos eleitores brasileiros conectados.
Segundo Maíra, responsável técnica da pesquisa, “passados quatro anos, muita coisa mudou no uso de internet não apenas nas eleições, mas também nas estratégias de comunicação política e no próprio comportamento de consumo de conteúdo do eleitor. A pesquisa tem como objeto a produção de alguns indicadores que contribuem para compreensão não apenas do ambiente digital, mas de quem faz parte dele”.
Os resultados de todas as edições estão disponíveis para download neste link.