Ser redator político não é uma profissão para todo mundo. É preciso ter um perfil de responsabilidade, dedicação, ter apreço pela leitura e pela escrita, gostar de política, saber fazer uma boa entrevista em profundidade, entender de comunicação e estar disposto a aprender sempre, sem preconceito com o tipo de conteúdo.
Além desse perfil, há algumas áreas de conhecimento das quais o redator político precisa estudar. É o que eu costumo dizer: quanto mais conhecimento e mais acervo o redator político tem, melhores são as suas oportunidades de trabalho.
Áreas de conhecimento que todo redator político deveria estudar
Um bom redator político precisa estudar, minimamente, semiótica, sociologia, comunicação, história e língua Portuguesa. Nesse artigo eu explico a importância de cada um desses temas na rotina de trabalho para se tornar um bom redator político.
Porque estudar semiótica para ser redator político
O primeiro passo para se tornar um bom redator político é entender como conquistar, como chegar ao coração do eleitor. Essa construção é feita por meio de narrativas que fazem com que o eleitor crie um juízo de valor sobre o político ou candidato. Uma das formas de alcançar esse objetivo é por meio do uso adequado das palavras, das imagens, ou seja, dos signos verbais e não verbais e do que eles representam para o interpretante, no caso, o eleitor ou cidadão.
A semiótica é justamente a ciência que estuda os signos e suas aplicações. Entender as palavras ou símbolos usados por um determinado público é, de certa forma, uma análise semiótica.
É um assunto um pouco complexo, mas muito interessante. O bom redator político não diz de forma explícita a mensagem do político. Ele usa elementos emocionais e racionais, simbologias, analogias e diversos outros recursos de linguagem e imagem para formar o juízo de valor na cabeça do eleitor e conectá-lo com o político ou com a candidatura. Ter noções de semiótica vai te ajudar nessa construção.
Um bom redator político precisa entender de gente
O redator político precisa ser capaz de entender o eleitor, os públicos prioritários do cliente, para saber conectá-los ao mandato, à instituição ou ao projeto político. É preciso saber onde encontrar e interpretar os principais dados demográficos, por exemplo. Daí a importância da sociologia, da leitura de pesquisas quantitativas e qualitativas e da análise e conhecimento da sociedade e dos arquétipos regionais.
A Sociologia estuda o comportamento humano em função do meio e dos processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e instituições. Por isso é tão importante o redator político ter noções de sociologia, acompanhar pesquisas sobre comportamentos da sociedade, emprego e desemprego, necessidades básicas, escolaridade, renda familiar, gostos, tendências, religião e vários outros. Conheça os principais erros que o redator político não deve cometer.
Saber se comunicar é fundamental para o redator político
A comunicação é a base de todo o conteúdo. O bom redator político sabe que tudo comunica. Até quando o cliente não fala ele está comunicando uma mensagem. Cada palavra, cada gesto, cores, tudo tem um significado para o eleitor, que pode gostar ou criar aversão ao político com base em uma publicação, um texto, um vídeo, uma entrevista.
O redator político também precisa ser capaz de escrever em nome do político ou da instituição. E, para isso, quanto mais conhecimentos ele tiver, mais fácil essa missão se tornará. Para o redator político, todo conhecimento, dado e informação são relevantes. Da bula de remédio a Bíblia Sagrada. Você nunca sabe quando vai precisar usar um desses conhecimentos para escrever em nome de alguém. E vale lembrar que é uma responsabilidade enorme escrever em nome de outra pessoa! Confira essas 5 dicas para se tornar um redator político melhor.
Não existe política sem história
É impossível ser um bom redator político sem acervo, sem referências. O redator político que estuda a história, principalmente a história do Brasil, terá mais facilidade na análise de cenário, conseguirá fazer comparações, usar linguagens que tenham mais a ver com determinada faixa etária ou ideologia, além de ter referência de momentos emblemáticos de bons oradores, por exemplo.
A credibilidade é construída com o uso correto da Língua Portuguesa
Você certamente já viu uma pessoa ser ridicularizada por cometer um erro de Português ou por usar uma palavra inadequada, seja on-line ou presencialmente. É um erro considerado grave e que pode afetar a reputação do político e deixá-lo com uma mancha para sempre na sua história.
Quem escreve em nome de alguém precisa redobrar o cuidado, revisar o texto, pedir para que outra pessoa leia, analisar se as palavras estão sendo empregadas com o sentido correto, se há coerência e coesão textual, se não passou um plural onde era singular e se o corretor ortográfico não pregou uma peça e mudou a intenção do que havia sido escrito ou escreveu a palavra de forma errada.
Esses são algumas das áreas de conhecimento que considero relevante que o redator político tenha ciência. Existem várias outras. E quanto mais conhecimento, acervo, referência e experiência, melhor!
Espero que esse artigo tenha contribuído para a sua formação de redator político. E se você está pensando em atuar na área, não deixe de ver Quanto ganha um redator político e O que faz um redator político.
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Um abraço,
Fabiana Vitorino