Desde o dia 5 de março está aberta a janela partidária, período em que os vereadores com mandato e que pretendem buscar a reeleição ou concorrer ao executivo podem mudar livremente de partido político.
A janela se estende até o dia 3 de abril, exatamente 6 meses antes do pleito eleitoral, quanto também se encerra o período de filiação partidária para todas as pessoas que pretendem lançar candidatura para as eleições de 2020.
A escolha da sigla para a disputa eleitoral é uma das decisões mais importantes que o pré-candidato precisa tomar.
Tenho visto muitos candidatos escolherem o partido que disputarão as eleições de 2020 usando como base na popularidade de outros políticos ou imaginando uma repetição do cenário eleitoral de 2018.
É importante considerar que cada eleição é única e conta a sua própria história. O que funcionou em outros pleitos eleitorais talvez não funcione este ano. A eleição municipal é mais próxima do eleitor, é focada nos problemas do dia a dia, nas questões locais. Pense nisso.
Para escolher o partido que disputará as eleições leve em consideração alguns fatores importantes:
1 – Identificação ideológica.
Qual é a sua ideologia? É social-democrata? Liberal? Conservador? Esquerda ou direita? Defende os valores da família tradicional ou a diversidade? Avalie essas questões e procure um partido alinhado com a sua ideologia.
Parece óbvio, mas muitos políticos deixam as questões ideológicas de lado em troca de promessas eleitorais. E, durante a campanha, percebem que o seu eleitorado não se identifica com o partido que escolheu.
A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy saiu do PT para o MDB (PMDB n época) com a promessa de espaço e apoio da legenda para disputar novamente a Prefeitura da cidade.
Marta abandonou sua identificação ideológica de décadas com a militância do PT e embarcou em um partido de deu uma guinada conservadora grande nos últimos 20 anos e que vinha de um recente “ruído” com seu partido anterior.
Resultado: Foi apontada como traidora pelos eleitores do PT e não conseguiu se firmar como representante dos eleitores conservadores. Terminou a eleição em 4º Lugar e decidiu se retirar da carreira política após o fim de seu mandato no Senado (2018).
2 – Força eleitoral do partido
A eleição para o legislativo é proporcional. Isso significa que você precisará dos votos de seus colegas de chapa para se eleger. Por isso, é fundamental analisar a capacidade eleitoral do partido.
A chapa é forte? Os candidatos representam segmentos e/ou possuem bons resultados eleitorais anteriores? Quantos votos o partido obteve nos últimos pleitos? Ele alcançou o quociente eleitoral na última eleição municipal?
Em São Paulo, o então deputado estadual Feliciano Filho, do PRP, obteve 81.458 mil votos. O suficiente para ser o 44 parlamentar mais votado do Estado (94 são eleitos). Apesar disso, o partido não conseguiu alcançar o quociente eleitoral e ele não foi eleito.
3 – Espaço partidário
Você realmente tem a legenda garantida para disputar a eleição? Será o único candidato do partido na sua região? Receberá recursos do Fundo Partidário? Materiais de divulgação? Terá espaço no diretório municipal ou estadual?
O então deputado Jair Bolsonaro sabia que apesar de votações expressivas para a Câmara dos Deputados e pesquisas apontando a sua candidatura como viável, dificilmente seria escolhido pelo PSC, seu partido na época, para disputar a eleição presidencial.
Após conversas com alguns partidos, se filiou ao PSL com a garantia de que poderia disputar a Presidência da República e que teria o controle da agremiação durante o pleito.
Essas são questões importantes para um político e ajudarão a mostrar a força da sua candidatura para seus colegas de partido e também para os adversários.
O professor Marcelo Vitorino publicou em seu YouTube um ótimo vídeo com dicas que ajudarão você a escolher o melhor partido para disputar as eleições 2020.