Você sabe o que Guilherme Boulos, Eduardo Bolsonaro e os 10 deputados federais mais bem votados tem em comum? Todos eles tem presença e reputação digital sólidas construídas com estratégias certeiras de influência digital.
Juntos, os 5 mais votados – Eduardo Bolsonaro, Nikolas Ferreira, Carla Zambelli, Delegado Bruno Lima e Guilherme Boulos – todos com mais de 1 MILHÃO de seguidores cada, somam mais de 15 milhões de seguidores no Instagram.
Nikolas Ferreira também é desataque no TikTok com aproximadamente 2 milhões de seguidores e Carla Zambelli, exibe um canal no Youtube, com mais de 740 mil inscritos, número de fazer inveja a muitos streamers.
No Twitter, Carla Zambeli e Eduardo Bolsonaro tem, cada um, mais de 2 milhões de seguidores.
Número de seguidores é só uma parte da história, o fenômeno que estamos acompanhado eleições após eleições é que a presença e a reputação digital são elementos que influenciam na escolha do voto.
Assim como os 10 deputados federais mais bem votados nas últimas eleições, outros tantos deputados, senadores, governadores, prefeitos e presidentes perceberam o que os chamados influenciadores digitais já sabem há muito tempo: a influência digital é sobre poder e muito mais do que influenciar a cor do batom, o restaurante ou o destino das férias, influencia a escolha do voto.
Medo de virar blogueirinho?
Influenciadores digitais são os formadores de opinião de nosso tempo. Eles são capazes de levar as pessoas a perceber um fato sob uma nova perspectiva como também se mobilizarem em torno de uma causa.
Além disso, são capazes de mudar o modo de pensar e comportamentos das audiências. Pensou na escolha do voto? É bem por aí!
Segundo pesquisa recente divulgada pela revista inglesa The Economist, quase metade dos internautas brasileiros seguem algum influenciador digital. A matéria também pontua que a média de tempo de permanência dos brasileiros nas redes sociais está no topo do ranking das Américas, aproximadamente 3.7 horas/dia, a média mundial é de 2,5 horas/dia.
De acordo com outra pesquisa da FGV/IBGE, mais da metade dos internautas brasileiros já tomaram decisões influenciadas por influenciadores digitais, isso inclui o almoço no restaurante, a cor na nova blusinha como também em qual político confiar.
Aliança com influenciadores?
Diante desse cenário, candidatos passaram a buscar alianças com influenciadores em busca de votos. Durante a recente campanha eleitoral vivenciamos influenciadores potencializando debates, trazendo votos ou se metendo em escândalos embaraçosos.
Um dos casos mais emblemáticos foi o da cantora e influenciadora Anitta. Ela exibe um perfil com mais de 63 milhões de seguidores no Instagram.
Anitta declarou seu apoio a Luiz Inácio Lula da Silva de uma forma nada usual, postou uma foto encostada em um poste de stripper vestida de vermelho, com o logotipo do PT estampado no seu traseiro.
Depois de retirar a postagem, Anitta resolveu proibir o partido dos trabalhadores a usar sua imagem na campanha, apesar de continuar repercutindo o assunto em suas redes, exibindo áudios enviados por Lula em seu Whatsapp pessoal em programas de grande audiência, como o PodElas.
Outro caso é o da Deolane Bezerra, advogada criminal que ficou famosa após a morte trágica de seu noivo, o MC Kevin.
Uma semana após conhecer Lula, declarar seu apoio e causar rebuliço nas redes, ela foi surpreendida pela polícia federal em sua casa, onde realizou buscas como parte de uma investigação de lavagem de dinheiro.
Muitos influenciadores resistem a declarar apoio a políticos com receio de perder contratos. Luísa Sonza, uma cantora brasileira com mais de 30 milhões de seguidores no Instagram, declarou recentemente que as marcas estavam boicotando aqueles que denunciaram Bolsonaro.
Fé e Influência
Levantamento recente realizado pela Casa Galileia mapeou o perfil dos influenciadores religiosos que mais se envolveram na campanha de Jair Bolsonaro. Os resultados são impressionantes.
No topo da lista figuram dois pastores, o Pastor Antônio Junior, da Igreja Batista Reformada e o Pastor Deive Leonardo, da Independente Reviver. Juntos eles somam mais de 15 milhões de seguidores no Instagram e 73 milhões de interações, majoritariamente com o público evangélico.
Como escolher um bom influenciador?
Começamos com duas características: credibilidade e coerência. Em seguida o capital social (a audiência), mas aqui se engana quem considera apenas os números. O que é preciso analisar é o nível de influência e de persuasão desse influenciador com a sua audiência.
Analisar os comentários das postagens é um dos caminhos para observar o sentimento e o alinhamento entre o influenciador e seu público. Eles respondem? A reputação é positiva? Eles são consistentes? Ou volúveis? O que ela ou ele começa… termina?
Importante também perceber a capacidade de transferência de autoridade. Quando um influenciador cita seu nome em perfis próprios, geralmente o que ocorre é uma onda de novos seguidores para o perfil citado, se esse movimento não ocorre é porque o influenciador, por maior e melhor que pareça, não tem capacidade de transferência. Isso ocorre quando ele está mais próximo de um perfil de celebridade do que de influenciador digital.
A vantagem é que quando um influenciador tem essa capacidade, os seguidores não são chegam “frios”, eles são engajados porque são indicados e prontos para te ouvir e, se a proposta for boa, ser influenciado por você.
Celebridade X influenciador: cuidado!
As celebridades têm uma relação diferente da do influenciador com a audiência. Celebridades são frequentemente seres idealizados e distantes, quase inalcançáveis. São frutos da época que a TV dominava os meios de comunicação.
Aí está um dos pontos que torna a migração de muitos atores da televisão para influenciadores complexa.
Autenticidade e relacionamento
O influenciador tem uma relação emocional com seu público, permeada por espontaneidade. O influenciador eficiente não faz um tipo, um papel, o que ele faz é (ou tem que parecer) autêntico.
A linguagem é mais próxima, interativa com objetivo de gerar conexão com a audiência e com nicho de maior relevância para ela ou ele.
Eles não estão acima da audiência, aqui vale o “Somos iguais e estamos em locais/papeis diferentes”. A audiência se sente tão próxima do influenciador que o nível de persuarção dele alcança patamares cada vez mais altos…pensou no voto? É bem por aí.
As 6 chaves para a influência digital
Influenciadores potentes usam algumas estratégias já comprovadas. Além de ajudar a escolher os influenciadores, perceber essas chaves pode ajudar a você construir influência digital. São elas:
- Posicionamento único, o que vai fazer a audiência seguir você e não os outros perfis depende de um posicionamento atrativo, quase sempre exclusivo e claro.
- Gerar resultados para o seu público. Os resultados precisam ser reais e comunicados de forma correta, estão mais relacionados com o que sua audiência quer saber do que com o que você tem a falar.
- Ter uma imagem congruente que comunica a mensagem de forma direta e correta, isso inclui vestimentas, cores e identidades visuais nas redes e fora delas.
- Networking ativo – Quem são os aliados no digital? Qual sua rede de influência? É essencial utilizar um método para alimentá-la e ativá-la sempre que necessário.
- Canais próprios e ativos- Usar as próprias redes para passar a sua mensagem e posicionamento para seu publico.A melhor estratégia é aquela que soma duas frentes: relacionamento com influenciadores somado a utilizar estratégias de influência digital para perfis próprios.O primeiro passo da jornada rumo a influência digital consolidada é um diagnóstico da presença e reputação digital, o segundo é construir um posicionamento forte, claro e, quando possível, exclusivo, esses serão os assuntos de nossa próxima conversa.Obrigada por ler até aqui e aproveito para convidar você a seguir meus perfis:@fernanda_cornils@politicos digitais