Não existe a chamada “nova política”, nem a “velha política”. Existe a política e seus agentes políticos.
Existem muitas definições para o termo “política”, cuja origem vem dos gregos, na época em que estavam organizados em cidades-estado. Para ficar fácil de entender, o Vaticano e Mônaco poderiam ser considerados dessa forma. Os gregos chamavam isso de “polis”, daí a origem do termo “política”, uma derivação do termo “politéia”, usado para se referir às cidades-estado que possuíam uma espécie de parlamento para cidadãos.
A política, ao contrário do que muitos pensam, só tem dois lados, que não são esquerda e direita, mas sim, dentro e fora.
De forma muito simplista, se você participa da vida da política está dentro. Se não se interessa, está fora.
Do lado de dentro, todos, sem exceção, fazem política. Todos os dias. Em todas as ações.
A política não é o lugar para quem enxerga o mundo binário, sim e não, mocinhos e vilões. A política é muito mais plural do que isso e é por isso que muita gente acaba virando massa de manobra ao insistir no modelo binário.
É desse jeito que surgem caçadores de marajás e similares. É reduzindo toda a pluralidade entre o bom e o mau.
Alguns políticos se aproveitam dessa ignorância para obter proveitos e terem destaque: “Se há um vilão, eu posso ser o herói. Se todos são sensatos e moderados, eu sou mais um entre tantos.”.
Parte da mídia colabora com essa banalização produzindo manchetes muitas vezes tendenciosas, quase publicitárias, que colocam suspeitos como culpados e inocentes em dúvida. Quando a suspeita é confirmada, mais reportagens são feitas. Quando a inocência é provada, muitas vezes nem uma notinha de rodapé.
Com isso criam-se narrativas invencíveis, que influenciam o cidadão a acreditar que existem vilões e mocinhos em vez de entender que, como em toda profissão, existem profissionais bons e ruins, de acordo com os valores de quem o analisa.
O risco da política baseada em redes sociais
O problema com tudo isso que escrevi é que essa falta de entendimento leva a consequências desastrosas quando colocamos o componente da rede social como estimulador de políticas públicas.
Se parlamentares forem pressionados para legislar com o Facebook na mão, com medo de retaliações em ambientes virtuais, deixaremos a democracia de lado e entraremos em uma era de escuridão intelectual, bastando que alguém grite “bruxa” para que a massa se revolte e queime uma anciã.
Em épocas de dificuldades, com desemprego em alta, falta de poder aquisitivo o e com alto índice de violência, o que podemos esperar que venha do chamado “volksgeist, o espírito do povo, a voz que emana da sociedade?
Esperar serenidade e sobriedade para que projetos de longo prazo sejam bem elaborados, chega a ser um tanto quanto pueril, inocente.
A maior probabilidade é sucumbir a necessidade de encontrar culpados pelo momento. A colheita foi ruim? Deve ser porque não sacrificamos uma virgem. Mas mês que vem votamos isso e resolvemos, tudo pelas redes, você nem precisa sair de casa.
Observe que nos rankings de políticos mais bem posicionados nas redes há componentes polêmicos em seus conteúdos. A matriz das ferramentas que determina o que será ou não exibido de forma gratuita, privilegia o discurso contraditório, a polêmica.
A cada comentário deixado, uma estrelinha no algoritmo que promove o conteúdo. Mesmo que o comentário tenha sido negativo. A ferramenta não entende isso. Entende que se as pessoas estão interagindo o conteúdo é bom.
Se caminharmos nessa lógica, o político que sobreviverá será aquele que transformará seu gabinete em um programa de televisão, como o do Ratinho, que é feito para entretenimento popular, em detrimento ao que deveria ser feito.
Ratinho está certo. Tem um programa e vive de fazer audiência. Mas isso não é política.
Política, caro leitor que se esforçou até aqui lendo meu longo texto, é a arte de conciliar divergentes em favor do bem comum, não a simplicidade de queimar alguém na fogueira porque a pessoa sabe usar uma planta para fazer chá.
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