Quais os meios e canais cada eleitor consome conteúdo e com que frequência? Essa informação permite que candidatos e suas equipes planejem a comunicação com eleitor com mais assertividade.
A pesquisa sobre o perfil do eleitor conectado, realizada pela escola de marketing e comunicação política Presença Online, coordenada pela pesquisadora Maíra Moraes, da Universidade de Brasília, mapeou a frequência de acesso e uso das redes sociais no ano de 2020.
Segundo o estudo, realizado entre março e junho de 2020, Facebook e Instagram são as redes sociais mais acessadas diariamente pelo eleitor conectado (Gráfico 1). Se considerarmos os números de acessos de “todos os dias” (4) e “quase todos os dias” (3), temos 85% dos entrevistados no Facebook e 58% no Instagram.
Natália Mendonça, que desenvolve cursos sobre anúncios em redes sociais para comunicação política, afirma que diante do contexto atual, em que vivemos orientações para o isolamento social em decorrência da pandemia provocada pelo novo coronavírus, a campanha tende a ser a mais digital de toda nossa história.
Como usar esses dados em uma campanha eleitoral?
Segundo a especialista, do ponto de vista do marketing político digital, a maior novidade que a reforma eleitoral de 2017 trouxe, para ser aplicada a partir das eleições 2018, foi a possibilidade de realizar impulsionamento de conteúdos eleitorais em redes sociais e a compra de links patrocinados para priorização de resultados de buscas no Google e em outros buscadores do mercado.
O eleitor está cada vez mais ligado no assunto e consome conteúdo em fontes diversas, como redes sociais e buscadores on-line, por isso, investimentos em desenvolvimento de sites, bons profissionais para a produção de conteúdo e em anúncios on-line já não podem mais ser considerados supérfluos, eles são essenciais para a construção e manutenção da reputação de políticos e candidatos.
O professor de marketing político, Marcelo Vitorino destaca que o tempo em que o Facebook dava um bom rendimento de acordo com a qualidade do conteúdo que a gente publicava é passado. Se antes, era possível produzir conteúdos em vídeo e foto e fazer testes analisando se era melhor colocar o link ou o texto diretamente na timeline, essas estratégias já não dão resultado.
Já não funciona aquela fórmula ”produza um bom conteúdo que as pessoas vão realmente compartilhar e se engajar, dando likes e assim por diante”. Não sobrou muito espaço para o que fazer. Para você ter um bom rendimento, só pagando!
Em resumo, analisando os dados da pesquisa e buscando resultados eleitorais, Vitorino afirma que “se não sabe impulsionar, não tem resultado“.
Saiba mais sobre o Perfil do Eleitor Conectado
Resultado da parceria entre a Presença Online, escola de comunicação e marketing político; a Vitorino&Mendonça, consultoria focada em estratégias de reputação e gestão de crise; e o instituto de pesquisa GERP, três instituições envolvidas na produção de conhecimento sobre marketing e comunicação política, a pesquisa sobre o perfil do eleitor brasileiro conectado chega a sua 4ª edição com maturidade no rigor científico e o apoio de um grupo seleto de pesquisadores na área.
A pesquisa sobre o perfil do eleitor conectado teve sua primeira versão nas eleições de 2014. Desde então, a cada período eleitoral, buscamos compreender a formação discursiva e simbólica dos eleitores brasileiros conectados. Os resultados da pesquisa partem de dados estatísticos e podem ser utilizados como base para o planejamento de campanhas eleitorais e ações de comunicação governamentais.
Como a pesquisa sobre o Perfil do Eleitor Conectado foi realizada?
Método: a pesquisa é do tipo quantitativa, levantando percentuais para as variáveis estudadas a partir de questionário estruturado, previamente elaborado. As entrevistas foram realizadas pela internet respeitando as quantidades estabelecidas de cada Estado em suas Regiões, de acordo com a informação de domicílios que possuem internet.
População: a população pesquisada é definida como pessoas maiores de 16 anos e residentes na área pesquisada.
Área: todo o território Nacional.
Amostra: 3.955 entrevistas
Os dados foram ponderados em função do número de eleitores de cada Estado e pelo número de domicílios com internet de cada Região.
Margem de Erro: com 3.955 casos, a margem de erro para projeção dos dados é estimada em +/- 1,59 p.p.
Nível de confiança: 95,5%
Período: Entre os dias 1o de Março e 14 de Junho de 2020.