Campanhas eleitorais são disputas pela atenção com uma finalidade: mostrar a eleitores, de origens e interesses diversos, que uma candidatura é mais adequada do que outra. Como há um prazo limite para que se essa conquista se concretize, todo dia desperdiçado reduz as chances de vitória e os erros no marketing político, incluindo o de gerenciar mal o tempo que possui, podem custar muito caro.
Muita gente acha que sabe o caminho para uma eleição garantida, mas quem já está mais acostumado entende que isso não existe. Não há receita mágica que assegure a vitória. Cada processo eleitoral tem características próprias que envolve uma quantidade de variáveis que torna impossível qualquer definição antecipada.
Temos o candidato em um primeiro plano; os aliados, os adversários, os recursos humanos e os financeiros em outra parte do processo; os eleitores, o momento da candidatura, a circunscrição da disputa, o arquétipo cultural em outra medida; por fim, temos a comunicação, que precisa costurar o “ontem”, o “hoje” e o “amanhã” de uma forma que faça sentido para os espectadores, dentro dos meios de comunicação em que estão. Em resumo: candidato, candidatura, público e conteúdo.
Diante desse cenário, o que os profissionais de comunicação política devem fazer imediatamente: estudar as variáveis e planejar cada semana que virá.
Passos para reduzir os erros e ampliar a chance de vitória
1. Defina o que a candidatura representa
Como o resultado político não é bem tangível, isto é, não tem características definidas que os eleitores compreendam com facilidade, sendo preciso vender mais a pessoa do que as propostas que ela tem, a primeira coisa a fazer é definir bem o que a candidatura representa e isso obrigará os profissionais a compreender melhor o candidato, sua história de vida, o que lhe credencia ao pleito que está disputando (vereador, prefeito, deputado, senador, governador ou presidente), as dificuldades que enfrentou, os aprendizados que obteve, sua visão de mundo.
2. Analise o ambiente da disputa
Então será necessário olhar para o ambiente da disputa, o que inclui as alianças (com tudo de bom e ruim que podem acrescentar à candidatura), os adversários, e com quais recursos poderá contar. Uma campanha organizada consegue lidar muito bem com a falta de recursos, e uma desorganizada consegue desperdiçar as melhores condições. No caos, a vitória fica cada vez mais longe, principalmente se tiver um adversário organizado concorrendo. Nesse momento você define a matriz de responsabilidade, o organograma da campanha, o fluxo de trabalho.
3. Entenda quem é o seu público
Entramos em seguida no entendimento dos públicos que deverão ser impactados para que os votos necessários sejam obtidos. Candidatos não precisam de 100% dos eleitores e como há pouco tempo para se comunicar, escolher muito bem os públicos é essencial. Perder tempo com eleitores que já estão engajados em projetos não é a melhor estratégia e a maior parte dos eleitores define em quem votará nas últimas duas semanas do processo eleitoral.
4. Defina conteúdo e canais
Por fim, depois de todo o universo da disputa bem detectado, chega o momento de definir o que deve ser compartilhado como conteúdo, quando esses conteúdos serão compartilhados, em quais formatos serão produzidos e também quais os meios de comunicação serão utilizados.
Não existe um “meio” melhor do que o outro. A televisão não é melhor do que a internet, nem a rede é melhor do que a rua. Materiais impressos são tão importantes quanto inserções comerciais e publicações em redes sociais. Não quer dizer que todos convertam os mesmos eleitores com facilidade, nem que resolvam os mesmos problemas de comunicação. Uma boa combinação entre meios e conteúdos pode fazer uma candidatura compensar problemas como falta de recursos, falta de uma coligação forte, falta de nível de reconhecimento de um candidato ante a determinados públicos e muitos outros.
Para concluir, a melhor forma de errar menos é olhando para a disputa eleitoral de forma profissional, responsável, sabendo o que fazer em cada etapa da disputa e como utilizar melhor os recursos que dispõe.
Quer continuar estudando e aprofundar seu conhecimento? Recomendo a leitura do artigo “5 passos para fazer uma boa entrevista de profundidade”.
Até mais!