Vamos ser francos: um dos maiores pesadelos para quem trabalha com comunicação política é acordar e ver que seu assessorado virou meme ou manchete negativa por causa de uma resposta mal dada. É por isso que o media training para políticos não é um item de luxo, mas uma ferramenta de sobrevivência. Seja para vídeos e entrevistas na televisão ou para uma live nas redes sociais, o objetivo é garantir coerência e segurança. No marketing eleitoral, a preparação técnica é a única barreira segura para evitar gafes que podem custar uma eleição ou manchar um mandato.
Por que o media training para políticos é indispensável
Muitos candidatos e mandatários acreditam que, por terem o “dom da oratória” em comícios ou reuniões, estão prontos para a câmera. Esse é um erro clássico. Falar para uma multidão que já te apoia é completamente diferente de enfrentar um jornalista preparado ou uma câmera fria de celular.
O treinamento de mídia serve para alinhar a mensagem. O político não é um comentarista da realidade; ele é um vetor de uma mensagem estratégica. Quando ele improvisa sem técnica, ele abre espaço para interpretações equivocadas. Você precisa entender que a imprensa e a internet não perdoam deslizes. Uma frase fora de contexto, dita sem pensar, ganha uma proporção devastadora em minutos.
Como preparar o candidato para vídeos e entrevistas
A preparação começa muito antes de ligar a câmera. O primeiro passo é o “dever de casa”. O candidato precisa dominar as pautas. Não adianta ensinar postura se o conteúdo é vazio. Mas, falando da técnica em si, aqui vão pontos que eu sempre trabalho e que você deve observar:
A técnica da ponte
Ensine seu cliente a responder o que foi perguntado, mas conduzir a resposta para a mensagem-chave da campanha ou do mandato. É a famosa “ponte”. Ele não deve fugir da pergunta, mas deve usá-la como trampolim para falar do que realmente importa para o eleitor.
Linguagem corporal e olhar
Em entrevistas presenciais, o ideal é olhar para o entrevistador, não para a câmera (salvo em pronunciamentos oficiais). Já em vídeos para redes sociais, o contato visual com a lente é fundamental para criar conexão. Braços cruzados denotam fechamento; mãos muito agitadas distraem. O equilíbrio é a chave.
Estratégias para evitar gafes na comunicação
A maioria das gafes acontece quando o político tenta ser quem não é ou falar sobre o que não sabe. A regra de ouro aqui é a honestidade intelectual combinada com a prudência.
- Não invente dados: Se não souber o número exato, não chute. Diga que vai verificar e informar depois. É melhor ser cauteloso do que ser desmentido por uma checagem de fatos minutos depois.
- Cuidado com o humor: O que é engraçado para o político pode ser ofensivo para o público. Ironias raramente funcionam bem em texto ou vídeos curtos.
- Silêncio estratégico: Em momentos de crise ou quando o sangue está quente, o silêncio é melhor do que uma declaração desastrosa. Respire, alinhe com a equipe e só fale quando tiver certeza da linha argumentativa.
O papel dos canais próprios
Hoje, não dependemos apenas da imprensa tradicional. Se o seu cliente foi mal interpretado ou cometeu um deslize, use os canais próprios (Instagram, YouTube, site) para corrigir a rota. Um vídeo direto, honesto e bem produzido, onde o candidato fala olhando no olho do eleitor, tem um poder de alcance gigantesco e, muitas vezes, pauta a própria mídia tradicional.
Lembre-se: em tempos de redes sociais, todo celular é uma emissora de TV em potencial. O treinamento deve ser constante, não apenas para grandes entrevistas, mas para a postura no dia a dia. O eleitor está vigiando.
Conclusão e próximos passos
Realizar um bom media training é um processo contínuo de lapidação. Não se trata de transformar o político em um robô, mas de dar a ele as ferramentas para que sua essência e suas propostas cheguem ao eleitor sem ruídos. Comunicação é repetição e disciplina.
Se você quer se aprofundar de verdade em como preparar candidatos para o ambiente hostil e competitivo de uma campanha, eu recomendo fortemente que você conheça o curso Imersão Eleições. Lá, nós dissecamos essas estratégias com casos práticos e preparamos você para coordenar uma comunicação vencedora.
Um abraço e bom trabalho!



