Campanha eleitoral custa caro. Muito caro. É verdade também que não se faz uma campanha eleitoral só com dinheiro. Você precisará de planejamento, organização, equipe e, principalmente, pessoas engajadas, que se sintam representadas por suas bandeiras e propostas.
A proibição das doações empresariais deixou um buraco no financiamento eleitoral do país. Desde a redemocratização, as campanhas eleitorais no Brasil foram realizadas majoritariamente com dinheiro de companhias privadas.
O Fundo Eleitoral não será suficiente para todos os candidatos. Não será suficiente nem para os principais candidatos de cada partido.
Por isso, arrecadar de pessoas físicas, seja por meio de doações individuais, financiamento coletivo (crowdfunding eleitoral) ou venda de produtos, se tornou um diferencial para os candidatos e, nos próximos anos, será essencial.
Comunicar para arrecadar
A arrecadação de recursos ainda causa um certo desconforto em políticos e partidos. Muitos temem uma reação negativa dos eleitores quando o assunto é crowdfunding ou doações individuais.
Também reina a máxima que o eleitor brasileiro não doa para político. Verdades tidas como absolutas, construídas e repetidas ao longo das últimas décadas, mas que não se sustentam e precisam ser derrubadas de forma rápida e o caminho passa por ações de marketing político.
Claro que ninguém doará para a sua campanha eleitoral somente por você ter uma página de crowdfunding na internet. Ninguém colocará a mão no bolso para dar dinheiro para político generalista e que não possui bandeiras claras, posicionamento ideológico e identificação com o eleitorado.
A comunicação e o marketing político se tornaram fundamentais para a arrecadação de recursos para as campanhas eleitorais no Brasil. Porém, poucas pessoas entenderam essa nova realidade.
Foque na comunicação e no marketing político
Antes de por a mão no bolso o eleitor buscará ter certeza das ideias e dos posicionamentos do candidato. irá procurar identificação ideológica, proximidade e, de preferência, contato direto.
Como ensina o professor Marcelo Vitorino, a comunicação política possui três fases. Sensibilização, motivação e mobilização.
Os candidatos que pretendem arrecadar recursos para a campanha de 2020 devem focar nessas três fases da comunicação e engajar os eleitores em sua campanha. Aparecer aos 45 minutos do segundo tempo com uma campanha de arrecadação só irá gerar frustração.
Comunicação em três fases
Primeiro crie empatia com o eleitor. Essa é a fase da sensibilização, comece com a história do candidato, suas conquistas, ideologia, posicionamentos em temas importantes e polêmicos.
Na segunda fase, apresente as bandeiras e propostas. Inclua o eleitor na questão, ele precisa sentir que o problema o afeta diretamente.
A mobilização deve vir somente após essas duas primeiras fases. Para resolver o problema, o candidato precisa de recursos para vencer a eleição e a participação de todos é fundamental para a vitória.
Crowdfunding
O candidato pode arrecadar recursos para a campanha eleitoral por meio de doações individuais, financiamento coletivo (crowdfunding) e venda de produtos. Pretendo falar mais sobre as três opções em artigos futuros.
Mas, o crowdfunding é a única forma de começar a arrecadar recursos ainda durante a pré-campanha. A partir de maio os pré-candidatos já podem criar campanhas de financiamento nos sites autorizados pelo TSE. As doações ficam retidas até a confirmação da candidatura.
Escrevi um eBook sobre crowdfunding eleitoral com foco na campanha de vereador. Caso tenha interesse, você pode baixá-lo gratuitamente no link.
Aqui neste canal você também encontrará outros artigos que escrevi sobre comunicação política e financiamento eleitoral.