Os escândalos na política brasileira, envolvendo financiamento de campanha, já produziram efeito imediato, mesmo sem que uma pena fosse decretada: a torneira do dinheiro privado em campanhas irá pingar, e em alguns casos secar. Empresários não querem correr o risco de serem associados a investigações, mesmo que façam doações legais, pois temem os efeitos da exposição de suas empresas na mídia e o impacto negativo que isso terá em seus negócios.
O presidente da câmara, Eduardo Cunha, já prevendo esse cenário apocalíptico para o financiamento eleitoral, triplicou o fundo partidário, com a intenção de atenuar os impactos da estiagem privada. O problema é que essa medida não será suficiente, pois mesmo o fundo não tem como arcar com todos os investimentos. Com esse cenário surgem duas soluções prováveis: planejamento e uso de internet.
Alternativa para campanhas em 2016
Nos últimos anos, atuei em todo tipo de campanha política, de vereador a presidência da república, e invariavelmente, mesmo em campanhas com grandes ou modestos orçamentos, a falta de planejamento fez com que a internet sempre fosse mal aproveitada.
A legislação eleitoral proíbe que se faça campanha antes de 90 dias da eleição, porém não proíbe que se faça relacionamento e formação de grupos.
O candidato que quiser ter êxito em 2016, seja para o cargo de prefeito ou de vereador, precisará arregaçar as mangas desde já e planejar, mês a mês, até junho do ano que vem, todos os seus passos.
A internet deverá ser utilizada com mais profissionalismo, pois trata-se do melhor meio de comunicação com apoiadores e com a base. Ter um site ou uma página no Facebook pouco significa quando a meta buscada é o engajamento de eleitores.
Será preciso definir o foco de atuação, produzir conteúdo relevante, ir atrás do público e engajá-los de forma a obter votos e militância.
O fim de campanhas à moda antiga
A época da campanha com formiguinhas parece ter chegado ao fim. As campanhas precisarão voltar a ser feitas quase que no porta à porta, com a vantagem da internet facilitar o processo, mas mesmo assim não será uma tarefa fácil.
A presença digital de um político não costuma ser conduzida de forma profissional e essa pratica precisará ser revista. Geralmente quem produz e atualiza as redes são assessores que pouco conhecem de estratégia de comunicação para engajamento na web.
O caminho não será a substituição dos mesmos, pois já detém conhecimento político que os qualifica, mas será necessário passarem por um processo de aprendizado que faça com que o trabalho atinja melhores resultados.
Papel dos assessores em campanhas
A Câmara de Vereadores de Mogi percebeu isso no ano passado e contratou a Presença Online para dar treinamentos sobre pesquisa, planejamento, produção de conteúdo e monitoramento para web.
A melhoria no campo de conhecimento dos assessores é o início do trabalho. Provavelmente os canais digitais também deverão passar por ajustes e especialistas em campanhas digitais, que possam traçar estratégias para a equipe do candidato, terão sua presença antecipada.
Uma coisa é certa: não dá para deixar para 2016. Faltarão cadeiras na dança eleitoral e muita gente ficará em pé.