Sejamos sinceros: o mundo da política mudou e os tempos de deixar tudo para os meses próximos a eleição ficaram para trás. Para quem despreza a importância de uma boa pré-campanha, e acredita que campanha eleitoral é algo para se preocupar perto da eleição, é melhor rever os conceitos antes que a urna mostre uma dura realidade: não há marketing político que salve um projeto que não começou como deveria.
A realidade da pré-campanha no marketing político brasileiro
Primeiro, vamos colocar uma coisa na mesa: você gostando ou não, a pré-campanha já é uma realidade regulamentada pela nossa legislação eleitoral e vai até agosto do ano da eleição!
Políticos e profissionais que entendem do assunto já estão na ativa, fazendo conexões, mapeando desafios e propondo soluções como nunca. Por quê? Porque o período eleitoral virou praticamente um momento para apresentação de propostas e um trabalho para que o eleitor lembre-se qual número apertar.
A construção da reputação, que dá consistência e credibilidade para as ideias que a candidatura defenderá, já tem que estar consolidada e isso não se constrói da noite para o dia.
Muitos candidatos, poucos profissionais de comunicação e marketing político
Outra coisa que você precisa saber é a quantidade de oportunidades que existem no mercado da comunicação política. O Brasil é enorme e as campanhas estão pipocando por todos os cantos. Contudo, ao mesmo tempo, não há profissionais qualificados na medida dos projetos que surgem. Estou falando de profissionais que saibam mesmo como fazer a engrenagem da política girar, desde a elaboração de uma narrativa até a gestão de crises.
Para que não reste dúvidas sobre esse cenário, sugiro que você faça uma conta rápida: o fundo eleitoral aumentou, mas o teto de gastos das campanhas eleitorais não. Na prática, há mais dinheiro na mesa, mas direcionado a um número maior de campanhas, o que proporciona um mercado com um número maior de contratantes.
Eu já enfrento dificuldades para encontrar profissionais para os projetos em que estou envolvido, e só não é pior porque além de consultor, sou professor de marketing político e acabo formando muitos profissionais para o mercado. No MBA em Comunicação Governamental e Marketing Político são cerca de 150, no último Imersão Eleições Pré-campanha, aproximadamente mais 600. Mas… A maior parte dos profissionais que preparo já está comprometida com algum projeto!
É um momento muito bom para que profissionais se encaixem em bons projetos, ao mesmo tempo que requer muita atenção por parte dos contratantes para não ficarem de mãos abanando, com recursos lá na frente, mas sem ter quem faça um trabalho profissional.
A Academia Vitorino e Mendonça disponibiliza um banco de talentos para quem deseja encontrar profissionais em todo o Brasil: https://talentos.vitorinoemendonca.com.br/
A importância de uma formação consistente e a busca por excelência
Dentro deste panorama, a capacitação e a formação continuada são mais que essenciais para quem quer atuar nesta área. O bom uso marketing político exige um conhecimento profundo sobre legislação eleitoral, comunicação, psicologia social, e claro, um entendimento da cultura e dos valores da região em que o trabalho acontecerá.
E para aqueles que acreditam que só é necessário ter experiência para fazer uma boa campanha, deixo um alerta: a teoria e a prática devem caminhar juntas.
Os cenários eleitorais têm uma certa dose de imprevisibilidade e o que fará diferença na hora de tomar decisões é o acervo de conteúdos que o profissional possui. Mesmo atuando em realidade distinta, uma solução aplicada em outra situação pode ser adaptada e reutilizada, o que pode levar a um ganho considerável de tempo e assertividade.
O tempo é o principal ativo em uma campanha eleitoral, e quem faz o melhor uso dele costuma se dar bem melhor do que quem o desperdiça.
Até mais!