Nas aulas e eventos que participo, algumas perguntas são frequentes para quem atua no marketing político eleitoral.
É possível planejar uma campanha para muitos municípios?
Como fazer para ter efetividade e ter uma boa comunicação com seus eleitores?
Como começar a trabalhar com muitos municípios?
Então vamos lá, pensando estrategicamente, sugiro algumas ações:
Identifique os municípios com afinidade com o candidato
A primeira coisa que você precisa fazer é separar os municípios que possuem mais afinidade com seu candidato.
Liste os municípios por ordem de grandeza. O que seria ordem de grandeza? O volume de eleitores.
Se você vai ter que montar uma estratégia para falar com tantos municípios, é melhor que você determine primeiro aqueles que são donos dos maiores colégios eleitorais e depois você conversa com os menores.
Isso é importante pois você terá no máximo 60 dias de campanha considerando seu primeiro e segundo turno para conversar com seu eleitorado. Por este motivo fica difícil começar por aqueles que tem uma densidade demográfica e um colégio do eleitorado menor do que você precisa para sua eleição.
Separando por ordem de grandeza, você começa a ver quais são os municípios que tem a maior afinidade. Provavelmente o seu candidato já deve ter feito emenda ou ele deve ter feito um trabalho para esses municípios. Não creio que ele não tenha pisado nesses municípios, até porque seria muito difícil fazer uma campanha tão extensa sem ter conhecimento dessas regiões.
Comece a agregar os municípios por macrorregiões. São Paulo, por exemplo, tem 15 RAs (regiões administrativas). Cada região tem ali seus 50 à 100 municípios, a partir disso faça uma outra segmentação por atividade econômica. Por exemplo, em Minas Gerais eu tenho o Vale do Aço, ali temos várias cidades que fazem parte do Vale. Crie um discurso muito segmentado para todo o grupo do Vale do Aço, que são cidades que possuem as mesmas características, e enfrentam os mesmos desafios.
Segmente os eleitores
Sabendo disso comece a sua produção de conteúdo, lembrando que você terá que fazer uma narrativa. Se formos falar com todas as cidades, acredito que você não vai ter braço para fazer essa campanha, vai acabar falando mal com todo mundo.
Escolha as prioritárias, segmente em grupos, região, atividade econômica ou uma forma que se identifique.
Por exemplo, as cidades com baixo índice de resultado em saúde pública, você pode separar daquelas que têm bons resultados. Você já tem outro discurso.
Tudo vai depender da pegada do candidato. Não existe uma mágica, uma receita para que você faça uma campanha com tantos municípios.
Por incrível que pareça, quando você faz uma campanha numa metrópole como São Paulo, você tem mais grupos do que municípios. Pela extensão do estado você acaba tendo uma variável muito grande de públicos a serem trabalhados.
Importante enumerar por colégio eleitoral, segmente, faça grupos com as maiores cidades, regiões, atividade econômica ou por outras formas que você preferir e a partir daí produza conteúdo e faça a entrega.
Comece o uso das redes sociais para as eleições
Nós podemos fazer posts patrocinados no Facebook e também compras de palavras-chaves no Google.
Antes, éramos obrigados a simplesmente publicar um conteúdo e torcer que chegasse nas pessoas que nós gostaríamos de atingir, dessa vez, finalmente, temos uma mudança: poder impulsionar os posts somente para as regiões que você quer trabalhar.
Isso é muito importante principalmente quando você tem um candidato a deputado. Nesse cargo, o candidato tem planos para determinadas regiões e, se você deixar esses planos abertos, o que vai acontecer é um desinteresse muito grande da população de outros territórios.
O eleitor não quer saber o que você vai fazer pelo vizinho, ele quer saber o que você vai fazer por ele. Tanto faz se o deputado, senador ou governador tem um plano para uma região afastada de onde ele mora, ele quer saber só os planos e como aquela campanha, como aquela candidatura vai impactar a vida dele.
Tenha sempre em mente: discurso segmentado para regiões segmentadas.