Depende. O aplicativo chinês, em exponencial crescimento, tem como principal
objetivo a criação e o compartilhamento de vídeos curtos. Bastante utilizado
entre o público mais jovem, fonte de renda para outros tantos, o Tik Tok atingiu
uma posição importante no contexto de redes sociais. Por essa razão, como
não poderia deixar de ser, tornou-se atraente também para o meio político.
No entanto, apesar dos mais de três bilhões de downloads já realizados, não
acredito que o app seja para todos, especialmente políticos. Explico. A
presença efetiva no Tik Tok, que incluiu um nível mínimo de interação e
engajamento, prevê a necessidade de um posicionamento atípico, a exemplo
das famosas dancinhas. Ainda que não seja restrito às danças, os usuários que
viralizam são aqueles que postam uma grande quantidade de conteúdo próprio,
autêntico, conectados às “trends”, ou com forte potencial de se tornar uma.
Esse arcabouço de itens necessários não está no dia a dia de parte dos
políticos pelas mais variadas razões, além das expostas acima, ainda que com
uma assessoria de qualidade. Para ter presença consolidada na rede,
pertencente à chinesa ByteDance, é preciso entender profundamente como ela
funciona, manter um sentimento de pertencimento com a ferramenta e seu
público e, é claro, se manter em constante atualização, apenas para
começar. O que não invalida, no entanto, a criação de conta para evitar o uso
do nome do político por outras pessoas. Portanto, sim, entendo que todo
político deve ter uma conta no Tik Tok.
Há cases interessantes que se destacam, aproximando, com a comunicação
gerada, o político do público. São usuários que conseguiram levar sua
mensagem fazendo uso eficiente das particularidades e possibilidades do Tik
Tok. No entanto, não percebo muitos destaques, como ocorre em outras redes.
O tempo e a continuidade ou não do crescimento do aplicativo, lançado em
2016, é que vai determinar se haverá mudanças nesse sentido.
*Artigo publicado no Jornal do Comércio dos dias 7, 8 e 9 de julho.