Em tempos de crise, o que mais vemos são publicações com teor político, geralmente bastante exaltadas, vindas de todos os lugares e origens. Com um pouco de paciência você consegue identificar a que grupos seus amigos pertencem e o que eles defendem.

São vídeos, fotos e textos de gente conhecida e desconhecida compartilhados a cada instante. Às vezes fica difícil evitá-los, pois parecem se reproduzir como coelhos.

Antigamente recebíamos correntes por e-mail. Hoje, raramente isso acontece, mas quem é jovem há mais tempo — não gosto do termo “velho” — sabe como era chato receber um e-mail e dentro dele ter um arquivo com slides e, geralmente, para o nosso desespero, música de fundo. Pior quando você, distraído, clicava no arquivo dentro do trabalho.

Agora é a vez das redes sociais e, tanto no Facebook como no Twitter, passamos pelo mesmo momento. Mas, devemos nos fazer uma pergunta: será que dá para confiar em tudo que aparece na internet?

A resposta é: caldo de galinha e prudência não fazem mal a ninguém! A internet está lotada de “desinformações”. Coisas plantadas apenas para provocar risos ou para influenciar pessoas.

Há poucos dias a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República admitiu que, durante a campanha de Dilma Rousseff, em 2014, houve o uso de robôs para replicar mensagens nas redes sociais.

Ainda no mesmo comunicado, foi declarado que os robôs foram desligados após a campanha, mas que o PSDB continuou utilizando da mesma estratégia para atacar o PT. Informação que foi negada pelo PSDB.

Cerca de uma semana depois, o ministro-chefe da pasta pediu demissão e saiu do governo.

Mas, o que é um “robô”? Trata-se de um perfil de rede social, alimentado por um programa e não por uma pessoa, com o objetivo claro de promover a propagação de uma mensagem e impactar o maior número de pessoas possível.

O governo atual acredita que boa parte de sua rejeição popular tenha a ver com isso. Coisa que duvido muito.

Por mais que robôs disseminem informações contrárias ao governo, nada faz mais estrago do que sua própria atuação desastrosa.

Boa parte da população percebe a manobra e desconsidera as mensagens, pois sabe que nada vindo de uma fonte confiável merece respeito, mas, também sempre há quem replique o conteúdo.

A legislação brasileira já prevê responsabilização para quem compartilha conteúdo difamatório ou calunioso. Na prática, se você ler uma mensagem de alguém fazendo uma ofensa contundente à outra pessoa e resolver compartilhar, pode também se tornar réu.

Se informar ficou muito mais fácil com a internet, por outro lado, se desinformar também ficou. É bom ficar de olhos bem abertos.

Marcelo Vitorino, Momento Conectado para a Rádio Boa Nova

 

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