Com bastante frequência sou convidado para ministrar treinamentos para pré-candidatos em partidos políticos. Em um desses encontros uma pessoa me perguntou o que eu faria se fosse candidato a vereança. A provocação feita naquele dia é que me motivou a escrever esse artigo, que espero que seja útil para quem disputará a próxima eleição municipal.
Definindo as bases da candidatura
Se eu fosse candidato, a primeira coisa que eu faria seria entender melhor o que será a disputa. Começaria por mim, pegando um papel e fazendo um resumo da minha história, dos meus aprendizados, das minhas relações familiares e sociais, algo que “dissesse” a qualquer pessoa quem eu sou e como eu penso.
Depois, passaria a fazer uma lista de coisas que sei fazer ou que já fiz, buscando uma relação com o que importa aos meus potenciais eleitores. Por exemplo, eu sou professor, tenho uma carreira na área, logo, posso oferecer essa experiência de vida para pessoas que acham que a educação municipal pode ser melhor. Se eu fosse uma pessoa que conhece muito bem um bairro, com bastante experiência nele, sendo reconhecido por quem mora na região, também poderia direcionar o trabalho dessa forma.
Em seguida, eu iria atrás de saber quem são os meus potenciais eleitores e o que essas pessoas querem. Não se iluda, candidaturas são mais bem percebidas quando mostram que resolverão problemas comuns a grupos que podem ser regionais, temáticos ou ideológicos.
Provavelmente, as primeiras pessoas que eu procuraria seriam os meus familiares, os meus amigos e os conhecidos, e buscaria saber o que elas estão enfrentando que eu poderia ajudar em caso de uma vitória nas urnas.
Basicamente, procuraria saber: o que eu tenho a oferecer e o que as pessoas querem. Só depois desse ponto é que eu começaria a produzir conteúdos para redes sociais, bem como, organizar agendas para escutar mais pessoas. Repare que eu escrevi “escutar mais pessoas” e isso tem um motivo. Para alguém gostar de você, é preciso que a pessoa se sinta ouvida, acolhida, respeitada.
Informação é ouro em eleição
Eu dedicaria um tempo diário para me informar sobre o que acontece na minha cidade e no Brasil. Pode ser que surjam oportunidades para me posicionar e mostrar empatia ou conhecimento.
Aproveitaria o tempo para estudar muito bem a legislação eleitoral, para evitar vencer e depois perder a cadeira no judiciário por algum erro bobo, como acontece em muitos casos.
Saiba contar a sua história
Durante a pré-campanha, meu foco seria total em me inserir dentro do contexto de vida das pessoas, mas sem parecer a pessoa chata que só fala de si. Colocaria minhas histórias dentro de acontecimentos das outras pessoas. Poderia, por exemplo, no caso da morte de alguém importante, publicar um conteúdo me solidarizando e contando o que aprendi com a pessoa. Você pode contar uma história de várias formas, cabe aprender a contar a sua de um jeito que as pessoas gostem e façam juízo de valor que lhe ajude.
No meu caso, como professor de marketing político e com experiência em campanhas, provavelmente não precisaria estudar comunicação e uso da tecnologia, mas para quem não é da área, fazer cursos como o Eu Vereador é algo que recomendo como essencial. Voto é de graça, mas é difícil conquistar e entrar numa disputa sem dominar a comunicação é jogar tempo precioso fora.
Planeje as ações o período eleitoral com antecedência
Após estudar, eu aproveitaria muito bem a pré-campanha para elaborar um cronograma de ações que faria durante as semanas do período eleitoral, incluindo visitas porta a porta, reuniões nas casas das pessoas, visitas no comércio e nas portas das indústrias, lives com pessoas influentes, impulsionamento de conteúdos estratégicos para públicos específicos.
É possível fazer uma campanha sem planejar? É claro que sim. Mas, provavelmente, a campanha custaria muito mais, e a chance de cometer erros seria muito maior. Inclusive, um dos erros mais comuns dos candidatos é achar que definir agenda no dia é um bom negócio.
Campanhas para vereança são muito difíceis de vencer sem planejamento. Eu, certamente, saberia quais ruas visitaria em cada dia do período eleitoral e já teria mapeado os nomes das pessoas mais influentes para visitar, os comerciantes, e saberia o nome de profissionais da rede pública de ensino (considerando que minha pauta seria educação).
As semanas mais importantes para mobilizar eleitores para votar
As últimas duas semanas da minha campanha seriam as mais intensas. Eu trabalharia os cadastros que fiz durante todo o processo eleitoral para informar sobre a importância do voto para vereador, faria uma retrospectiva dos meus melhores conteúdos, produziria aquele pedido de voto final inspirador, marcaria meu número em todos os meios possíveis, daria mais fôlego no impulsionamento de conteúdos e no sábado anterior à eleição, faria um trabalho de mobilização com as principais lideranças que cativei.
Sendo muito honesto, é impossível fazer uma receita de bolo exatamente com os mesmos ingredientes. Cada candidato e cada cenário exige uma receita diferente, mas é possível usar uma metodologia para vencer uma campanha, com menos desgaste pessoal e bem menos dinheiro do que a maioria usa. É uma questão de saber o que fazer, quando fazer e como fazer.
Se você quer saber com fazer uma campanha de vereança de forma estratégica, aproveitando bem o tempo e gastando pouco, recomendo que faça o Eu Vereador Campanha. E se ainda não planejou e organizou a sua pré-campanha, recomendo que compre o combo com o Eu Vereador Pré-Campanha + Eu Vereador Campanha. Acesse euvereador.com.br e saiba mais.