Para começar, vamos ser sinceros: fazer marketing político nas redes sociais não é transformar o seu perfil em um mural de santinhos digitais. Muitos profissionais de comunicação política e candidatos ainda acreditam que basta publicar fotos de reuniões ou cards de “bom dia” para conquistar o eleitor. A verdade é que, em uma campanha eleitoral moderna, as redes sociais funcionam como uma sala de estar, onde a conversa e o relacionamento valem muito mais do que a imposição de uma mensagem. Se você quer ter sucesso na estratégia digital, precisa parar de falar apenas sobre si mesmo e começar a falar sobre o que interessa às pessoas.
Não seja o “chato” da festa
Gosto de usar uma analogia simples para explicar como um político deve se comportar na internet. Imagine que as redes sociais são como um grande salão de festas de um clube. As pessoas estão lá para se divertir, ver os amigos, rir de algo engraçado ou se emocionar com uma boa história. Elas não estão lá procurando um político para votar.
Agora, imagine que você entra nessa festa, para a música, sobe em uma cadeira e começa a gritar sobre as emendas que aprovou ou sobre como você é honesto e trabalhador. O que acontece? As pessoas vão te achar inconveniente e vão se afastar. No mundo digital, isso significa deixar de seguir ou silenciar suas publicações.
Para fazer um bom marketing político, você precisa entrar na conversa de forma natural. Falar sobre os problemas que as pessoas enfrentam, mostrar empatia e, só então, apresentar como você pode ajudar a resolver aquilo. É sobre criar conexão emocional, não apenas sobre exibir um currículo.
Conteúdo que conecta de verdade
Um dos maiores erros que vejo em pré-campanhas e mandatos é a produção de conteúdo egocêntrico. O político posta a foto dele apertando a mão de alguém com a legenda: “Hoje estive reunido com lideranças”. Isso não diz nada para o eleitor. Isso é registro de agenda, não é comunicação.
O conteúdo que funciona é aquele que coloca o cidadão como protagonista. Em vez de dizer “Eu construí a ponte”, diga “Agora a Dona Maria vai chegar mais rápido no trabalho porque não precisa dar aquela volta enorme”. Percebe a diferença? Você muda o foco do “eu” para o “nós” ou para o “eles” (os cidadãos).
Além disso, esqueça a linguagem técnica e o “juridiquês”. Fale a língua que as pessoas falam no dia a dia. Se o seu texto precisa de um dicionário para ser entendido, ele não serve para as redes sociais.
Impulsionamento: o segredo para ser visto
Muitos ainda têm a ilusão de que, se o conteúdo for bom, ele vai viralizar sozinho. Sinto informar, mas o alcance orgânico (aquele gratuito) das redes sociais é cada vez menor. As plataformas são empresas e querem que você pague para aparecer.
Se você quer fazer marketing político sério, precisa ter verba para tráfego pago. E aqui entra a mágica da segmentação. Diferente da TV, onde você fala com todo mundo ao mesmo tempo, na internet você pode (e deve) escolher com quem falar.
Você tem uma proposta incrível para a educação infantil? Impulsione esse conteúdo para mulheres, de 25 a 40 anos, que têm filhos e moram na sua cidade. Tem um projeto para o agronegócio? Direcione para quem tem interesse nesse setor. Isso otimiza seu dinheiro e garante que sua mensagem chegue a quem realmente se importa com ela.
Métricas de vaidade x Métricas de voto
Cuidado com a armadilha dos likes. Ter muitas curtidas na foto do seu cachorro é legal, mas isso vira voto? Dificilmente. Métricas de vaidade inflam o ego, mas não enchem a urna.
O que você deve buscar é engajamento real: comentários, compartilhamentos e, principalmente, cadastros. O marketing político nas redes sociais deve servir como uma porta de entrada para trazer esse eleitor para perto. Leve-o para uma lista de transmissão no WhatsApp, para um cadastro no seu site. É nesses canais diretos que a fidelização acontece.
Pontos de atenção para sua estratégia
Para fechar nossa conversa, aqui vai um resumo do que você precisa observar:
- Não fale só de política: humanize seu perfil, mostre bastidores, mostre quem você é fora do terno e gravata.
- Escute mais do que fala: responda aos comentários, interaja. Redes sociais são uma via de mão dupla.
- Tenha constância: não adianta postar 10 vezes num dia e sumir por uma semana.
- Adapte a linguagem: o que funciona no Instagram pode não funcionar no LinkedIn ou no TikTok.
O marketing político nas redes sociais é uma construção diária de confiança e reputação. Se você quer se aprofundar e aprender o passo a passo de como estruturar uma campanha vencedora, recomendo fortemente que conheça o curso Imersão Eleições. Lá, nós mergulhamos fundo nessas estratégias para que você não desperdice tempo nem dinheiro.
Espero que este artigo tenha clareado suas ideias. Se tiver dúvidas, deixe nos comentários. Vamos conversar!



