Quando se assume uma prefeitura, a comunicação vira outra história.
Quem trabalhou com comunicação política durante a campanha costuma cair numa armadilha: achar que o mesmo modelo de comunicação serve para o mandato. Não serve. O jogo muda. E quem não muda junto, tropeça em problema atrás de problema. Comunicação de prefeituras tem uma lógica própria, e entender isso é o primeiro passo pra fazer a gestão ser percebida.
Durante a campanha, a comunicação gira em torno do candidato, da promessa, do discurso. Já na prefeitura, a pauta vira execução, entrega, gestão. A vaidade do político até quer manter os holofotes no rosto dele, mas a comunicação precisa mirar no que impacta a vida das pessoas.
É como mudar de palco: na campanha, o prefeito é o protagonista do show; no governo, ele vira maestro de uma orquestra que precisa afinar tudo – da saúde ao saneamento – pra que a população ouça boa música, mesmo sem saber o nome de todos os músicos.
E não é só mudar o roteiro. Muda também o público. Enquanto a campanha se comunica com eleitores indecisos e base de apoio, a comunicação institucional precisa conversar com usuários de serviços públicos, com a imprensa, com lideranças locais, com órgãos de controle e com os servidores. É uma rede complexa, que exige estratégia e coordenação. E isso raramente é entregue por quem está só “fazendo post”.
O que muda na prática:
- Foco sai da imagem e entra na entrega: é preciso mostrar como as ações da gestão impactam a vida das pessoas – e não apenas o prefeito entregando uma chave.
- Entra o risco jurídico: a comunicação de governo é limitada por regras e precisa respeitar a impessoalidade e a legalidade.
- Aumento da complexidade: múltiplas secretarias, públicos e canais. Comunicação fragmentada vira ruído.
- Precisa funcionar o tempo todo: não tem “final de campanha”. A comunicação institucional opera 24h, inclusive em crises.
Dicas práticas por nível de atuação
Iniciante
- Estude a diferença entre comunicação institucional e comunicação política.
- Observe como outras prefeituras estruturam seus canais oficiais.
- Entenda o papel legal da Secom: não é publicidade, é interesse público.
Intermediário
- Crie um mapa de públicos prioritários da prefeitura e organize canais e formatos específicos para cada um.
- Acompanhe diariamente os resultados de percepção (comentários, imprensa, demandas via ouvidoria).
- Estabeleça rotina de pautas com as secretarias, para não depender apenas da demanda do prefeito.
Avançado
- Elabore um plano de comunicação institucional com metas, indicadores e alinhamento com o plano de governo.
- Forme um núcleo de crise com rotinas e protocolos prontos para respostas rápidas.
- Produza conteúdo de médio e longo prazo para consolidar a reputação da gestão (YouTube, SEO, relatórios visuais, narrativas de legado).
Prefeitura não é palco de campanha. É gestão de verdade, com dinheiro público, responsabilidade e impacto real. Quem entende isso desde o início, constrói reputação. Quem não entende, queima capital político – mesmo com a melhor das intenções.
Se você trabalha com comunicação de prefeitura e quer aprofundar esse papo com quem vive isso no dia a dia, entra na minha lista de transmissão no WhatsApp: (61) 99815-6161.
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