Tomar a decisão de concorrer a uma vaga no legislativo é apenas o primeiro passo de uma longa jornada. Uma dúvida recorrente que recebo de pré-candidatos e profissionais da área é: como montar uma equipe de pré-campanha de deputado que seja eficiente e caiba no orçamento? A verdade é que muitos projetos políticos naufragam antes mesmo de começar porque o candidato tenta fazer tudo sozinho ou delega funções estratégicas para amadores.
Se você quer ter chances reais na disputa, precisa encarar a pré-campanha com profissionalismo. O tempo de improviso na política acabou. Neste artigo, vou detalhar quais são os profissionais indispensáveis para estruturar seu projeto, como dividir as tarefas e por que a comunicação política profissional é o diferencial entre quem apenas concorre e quem realmente disputa uma cadeira.
Por que você precisa de uma equipe agora?
Muitos acreditam que a campanha só começa quando o número do candidato vai para a televisão ou quando o registro é oficializado. Esse é um erro fatal. A pré-campanha é o momento de construção de reputação, de organização de bases e de planejamento.
Um candidato a deputado, seja estadual ou federal, precisa cobrir um território muitas vezes vasto e falar com segmentos distintos. Tentar gerenciar a agenda, produzir conteúdo para redes sociais, articular apoios políticos e ainda cuidar da parte jurídica sozinho é a receita para o esgotamento e para o erro. Você precisa de braços operacionais e cabeças pensantes ao seu lado.
O núcleo jurídico e contábil: a segurança do mandato
Antes de pensar em vídeo bonito ou post no Instagram, você precisa garantir que sua candidatura pare em pé. A legislação eleitoral brasileira é complexa e cheia de armadilhas. Um passo em falso na pré-campanha, como um pedido explícito de voto fora de hora ou uma arrecadação indevida, pode custar o seu registro ou o seu mandato futuro.
Portanto, os primeiros “integrantes” da sua equipe, mesmo que como prestadores de serviço externos, devem ser um advogado especialista em direito eleitoral e um contador com experiência em contas de campanha. Eles darão a segurança necessária para que a equipe de marketing político possa trabalhar com criatividade dentro da lei.
A equipe de comunicação e marketing político
Aqui é onde a maioria dos pré-candidatos escorrega. Não caia na tentação de entregar suas redes sociais para o “sobrinho que mexe na internet”. Comunicação política exige estratégia, narrativa e constância. Para uma equipe enxuta e eficiente de pré-campanha de deputado, você precisará cobrir as seguintes funções:
- Estrategista/Coordenador de Comunicação: Alguém que entenda de política e de comunicação para definir a linha narrativa. O que o candidato defende? Com quem ele fala? Qual é o tom da mensagem?
- Produtor de Conteúdo (Redator/Social Media): Responsável por transformar a agenda e as ideias do candidato em textos, roteiros para vídeos e legendas que engajem. Não adianta postar foto de “bom dia”. É preciso conteúdo relevante.
- Videomaker/Fotógrafo: A política hoje é visual. Ter alguém ágil para captar e editar vídeos curtos para Reels, TikTok e Stories, além de boas fotos, é essencial.
- Designer: Para criar a identidade visual, cards informativos e materiais gráficos que transmitam profissionalismo.
Se o orçamento for curto, busque profissionais multidisciplinares, mas nunca abra mão da qualidade técnica.
Mobilização: a ponte com o eleitor
A comunicação digital serve para amplificar sua mensagem, mas a conversão do voto muitas vezes acontece no contato direto. Sua equipe de pré-campanha deve ter uma pessoa responsável pela mobilização e pelo relacionamento.
Essa função envolve organizar a agenda de visitas, manter o contato com lideranças de bairro, responder às mensagens no WhatsApp (que não podem ficar sem resposta!) e gerenciar o banco de dados de apoiadores. Lembre-se: eleitor que se sente ouvido é eleitor que fideliza e vira cabo eleitoral voluntário.
O papel do candidato na equipe
E qual é o seu papel nisso tudo? O candidato é o produto e o principal porta-voz. Sua função é estar na rua, gravando vídeos, apertando mãos e participando de reuniões. Você não deve ser quem edita o vídeo ou quem faz a arte do convite. Se você está fazendo o operacional, quem está fazendo a política?
Confie na equipe que você montou. Dê as diretrizes, aprove a estratégia, mas deixe os profissionais trabalharem. Centralizar tudo é o caminho mais rápido para uma campanha amadora e ineficiente.
Próximos passos
Montar uma equipe de pré-campanha de deputado exige planejamento financeiro e visão estratégica. Comece com o essencial, mas comece com profissionais. O custo de uma equipe despreparada é muito maior do que o investimento em bons profissionais: é o custo da derrota.
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